Em um futuro próximo, a água deve ser um bem cada vez mais escasso em todo o mundo e por isso seu consumo consciente é tão importante.
Hoje somos mais de 7 bilhões de seres humanos e precisamos de um volume de água cada vez maior para consumo doméstico, para agricultura, urbanização ou para produção de bens e energia.
Quinze renomados cientistas brasileiros de várias áreas – engenharia, ecologia, biologia aquática, climatologia, hidrologia e mudanças climáticas – especializados em recursos hídricos, lançaram, a Carta de São Paulo um documento que procurou reunir as análises e recomendações fundamentais para enfrentar a crise hídrica atual e preparar o país para o que vem pela frente.
O problema é que, além do nosso consumo estar em crescimento, a quantidade de água adequada para consumo está diminuindo. Essa poluição geralmente é causada pelo descarte inadequado de resíduos industriais, agrícolas e lixo urbano.
Tudo isso causa sérios impactos na vida de cada um de nós, na saúde pública, no orçamento público e também no meio ambiente.
Agora que você já sabe mais sobre os desafios para administrar bem nossos recursos hídricos, reúna sua equipe e prepare um texto coletivo falando da importância de iniciativas como essa para estimular o debate público sobre o tema.
Resposta:
Há quem diga que uma guerra mundial pode ser causada por uma disputa por fontes de água doce e isso não é tão difícil de se imaginar. Os recursos hídricos do planeta são limitados. A água tem importância econômica e social, mas, acima de tudo, é uma questão vital. Com essa preocupação na agenda, a Organização das Nações Unidas pela Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) elegeu 2013 o Ano Internacional da Cooperação pela Água. Essa aliança visa a promover mudanças no âmbito local, regional, nacional e internacional. Se entre líderes da comunidade internacional o tema é tratado como prioridade estratégica, a Unesco acredita que é tempo de conscientizar a população sobre a necessidade, a importância, os benefícios e os desafios da cooperação. Por isso, os cinco primeiros programas da temporada deste ano do Globo Ecologia serão dedicados ao tema. Falaremos sobre as nascentes, os rios, as lagoas, os estuários e os oceanos.
Na esfera internacional, fala-se da gestão de recursos hídricos que cruzam, delimitam ou ultrapassam fronteiras, como as de rios entre países ou até da água subterrânea transfronteiriça - uma fonte crescente de água doce. Diferente de qualquer outro recurso, a água não reconhece bordas e não precisa de passaporte para ir de um país para outro. Segundo dados da própria ONU, desde 1947 foram feitos mais de 300 acordos internacionais pela água em âmbito político. A população não se dá conta, mas há 276 bacias hidrográficas transfronteiriças do mundo: 64 estão na África, 60 na Ásia, 68 na Europa, 46 na América do Norte e 38 na América do Sul. Só no Brasil, 2 bacias são ligadas a 11 países: a Amazônica e a do Prata.
"A água é a base fundamental, cuja importância não pode ser subestimada. Ela é um denominador comum dos principais desafios globais do nosso tempo: energia, alimentos, saúde, paz e segurança. A gestão da água pode reduzir o risco de desastres, como secas e inundações. Como bacias hidrográficas transfronteiriças e sistemas aquíferos representam quase a metade da superfície da Terra, a cooperação pela água é vital para a paz", declarou Irina Bokova, diretora-geral da Unesco. A organização espera com esta medida desencadear ações concretas com o envolvimento da população e, principalmente, daqueles que trabalham direta ou indiretamente com recursos hídricos, fomentando parcerias, mais diálogo entre países e novas soluções. Além de garantir a distribuição sustentável e equitativa da água, o objetivo é manter relações pacíficas dentro e entre comunidades.
Hoje no mundo, 783 milhões de pessoas não têm acesso à água potável e quase 2,5 bilhões vivem sem saneamento adequado. De toda a energia produzida no planeta, cerca de 8% é usada para puxar águas subeterrâneas e bombeá-las, além do que é usado para tratamento de água. À medida que a disponibilidade de água diminui em muitas regiões, o consumo cresce na agricultura com uma projeção de crescimento de 19% até 2050. O uso de água para irrigação e produção de alimentos constitui uma das maiores pressões sobre os recursos de água doce, já que a agricultura responde por aproximadamente 70% das retiradas mundiais de água doce (até 90% em algumas economias em rápido crescimento). A estimativa é de que a população global tenha um crescimento de dois a três bilhões de pessoas, resultando em um aumento na demanda por alimentos e água de 70% até 2050
Publicado por Pedro Eduardo.