Quem convive com crianças sabe: como o desenvolvimento delas é rápido, logo elas abandonam um brinquedo que ainda está novo. Além disso, dar a uma criança tudo aquilo que ela pede, por estímulo da publicidade e da influência dos amigos, pode ser prejudicial. Por esses e outros motivos, a troca de brinquedos com outras crianças é uma ideia interessante. Por que não mostrar aos pequenos, no Dia das Crianças (12/10), que para brincar não é preciso necessariamente comprar um novo produto?
Quando os pais e cuidadores das crianças promovem a troca de brinquedos, podem aproveitar a situação para explicar a importância de cuidar melhor do brinquedo, já que outra criança irá usá-lo depois. Também permitem que um brinquedo “deixado de lado” por uma criança seja usado por outra, o que estende a vida útil do brinquedo e, com isso, aproveita melhor os recursos naturais que foram utilizados em sua produção.
Na ocasião da doação ou troca, os pais e cuidadores podem estimular a criança a escrever uma mensagem a quem irá receber o brinquedo e, assim, criar um laço humanizado entre as crianças, dando à doação uma dimensão pessoal.
Que tal organizar uma feira de trocas na sua comunidade, empresa ou instituição? O Instituto Alana oferece um material que facilita o processo: há um guia
com o passo a passo da organização e materiais de divulgação como press relase e cartazes.
Viver mais com menos
No Dia das Crianças e outras datas comemorativas, é importante evitar o consumo excessivo. Temos uma população mundial de mais de 7 bilhões de pessoas, que já consome 60% de recursos naturais a mais do que a Terra consegue regenerar. A estimativa é que cheguemos a 9,7 bilhões de habitantes no planeta até o ano de 2050. Globalmente a extração de matérias-primas aumentou de 22 bilhões de toneladas em 1970 para cerca de 70 bilhões em 2019.
Uma parcela pequena da população mundial (16%) é responsável por 78% do consumo total. Se todos consumissem como os habitantes mais ricos do mundo, seriam necessários quase cinco planetas para suprir esse consumo. E, a cada ano, entram no mercado consumidor mais 150 milhões de pessoas – isto é, serão 3 bilhões de novos consumidores nos próximos 20 anos.
Podemos considerar consumo excessivo aquele que acontece sem uma real necessidade, seguindo apenas a lógica da compra pela compra em si. Muitas vezes, motivado por promoções ou por outros estímulos publicitários, que atiçam o desejo dos consumidores – no caso das crianças, a vulnerabilidade é maior.
Mais do que dar brinquedos às crianças, precisamos nos preocupar em proporcionar um ambiente favorável à brincadeira, o que não exige necessariamente um brinquedo novo. A criança pode se divertir com objetos do dia a dia, ou simplesmente interagir com outras pessoas, adultos ou crianças. Lembre-se: presença é mais importante do que presente.