Chegam a ser desperdiçados 15% de tudo o que é produzido nesta parte do continente.
Foto: Estúdio Urbano Photo/Flickr
Por CicloVivo
O relatório “Perdas e desperdícios de alimentos da América Latina e no Caribe”, realizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), demonstrou que seria possível acabar com a fome, apenas exterminando o desperdício.
A região é responsável por 6% da perda de alimentos em todo o mundo, chegam a ser desperdiçados 15% de tudo o que é produzido nesta parte do continente. No entanto, os especialistas explicam que boa parte do que vai para o lixo, ainda poderia ser reaproveitado, contendo altos valores nutricionais.
De acordo com a FAO, o desperdício acontece em diferentes etapas da cadeia. O consumidor e a produção são os maiores responsáveis pelas perdas, com 28% cada. Na sequência vêm mercado e distribuição, com 17%, manuseio e armazenamento, com 22% e o restante do processamento com 6%.
As soluções para este problema são bastante plausíveis. A ONU informa que, se for aumentada a eficiência somente no sistema de venda e varejo, ou seja, nos supermercados, feiras, armazéns e demais pontos de venda, seria possível alimentar 30 milhões de pessoas, o equivalente a 64% da população que passa fome.
Outra opção é a criação de bancos de alimento, que recolham a comida que seria descartada mesmo estando em bom estado para o consumo e a redistribui para quem necessita. Já existem sistemas deste tipo na Costa Rica, Chile, Guatemala, Argentina, República Dominicana, Brasil e México, sendo que este último resgatou 56 mil toneladas de alimentos em 2013.
“Ainda que seja importante dizer que os países da região possuem as calorias mais do que suficientes para alimentar todos os seus cidadãos, a enorme quantidade de alimentos que são perdidos ou que acabam na lixeira é simplesmente inaceitável enquanto a fome continuar afetado quase 8% da população regional”, desabafou o representante regional da FAO, Raul Benítez, em declaração oficial.