A evolução da tecnologia, tanto no processo de produção da resina como na transformação do plástico, tem permitido a criação de produtos de melhor desempenho, reduzindo o impacto ambiental e a geração de resíduos. Por exemplo, os novos processos industriais na fabricação de moldes de injeção de plásticos permitiram a confecção de potes mais leves e com a mesma resistência para serem usados como embalagens de alimentos. Ou ainda, o uso de aditivos que fazem com que o plástico tenha um melhor comportamento quando congelado, contribuindo para prolongar a vida do produto. Esses processos ajudam a ter produtos mais eficientes no uso dos recursos naturais, com um menor descarte de materiais.

Outra tecnologia recente aborda a matéria-prima principal para a produção do plástico. Quando falamos de materiais fabricados de derivados de petróleo, estamos tratando dos hidrocarbonetos, ou seja, de moléculas compostas de hidrogênio e carbono. Todos os plásticos são feitos essencialmente de hidrogênio e carbono. A grande novidade foi a recente descoberta que essas moléculas de carbono podem ser geradas por outras fontes além do petróleo. Os chamados biopolímeros ou bioplásticos contêm moléculas de carbono derivadas de materiais naturais.

O Brasil tornou-se, recentemente, líder na produção mundial de bioplásticos com a inauguração de uma planta industrial que produz resinas de polietileno a partir do etanol. E já há produções experimentais de outros tipos de resinas como o polipropileno que, em breve, será comercialmente viável. O plástico produzido com essa matéria-prima renovável é 100% igual aos produzidos de nafta derivada de petróleo, com as mesmas características e a mesma necessidade de ser reciclado após o consumo ou ao final da vida útil dos produtos por ele embalados ou compostos. O fato de ser feito com matéria-prima renovável, o álcool produzido da cana-de-açúcar, não torna o bioplástico diferente nos aspectos relacionados à decomposição, já que ele também não é biodegradável.

Os plásticos são hoje fundamentais para a sociedade em que vivemos e os problemas que eles causam são consequência principalmente da má destinação ao final do ciclo de vida de seus produtos ou de seu uso indiscriminado em produtos descartáveis que podem ser substituídos por duráveis.

Existem algumas ações que visam minimizar esses problemas, tanto por meio da melhor utilização dos plásticos na concepção e construção de produtos, como também na melhor coleta, destinação e reciclagem no pós-consumo. Há também pesquisas para aumentar as possibilidades de uso dos plásticos após o processo de reciclagem, como aconteceu recentemente com o PET, que agora pode ser utilizado novamente para o envase de bebidas. Estas pesquisas atuam tanto nos processos de reciclagem mecânica quanto na criação de aditivos que possibilitem o contato dos plásticos reciclados com alimentos.

Outro importante passo que precisa ser dado é o desenvolvimento em escala comercial de plásticos biodegradáveis para uso na fabricação de produtos descartáveis que não podem ser substituídos por duráveis. Já existem alguns tipos de materiais produzidos com matérias-primas orgânicas, que se degradam quando no meio ambiente ou em área de compostagem, também chamados de bioplástico. Há produção em escala comercial de alguns polímeros biodegradáveis, como o PLA, feito à base de milho. Mas há limites para sua aplicação, em função do risco de contaminação dos alimentos pela sua decomposição. O mais promissor é o filme produzido à base de amido de mandioca, cujos resultados são replicados em diversos laboratórios do mundo e em várias universidades e centros de pesquisa no Brasil, porém ainda em pequenas quantidades.

As inovações nas indústrias são importantíssimas para alcançar um futuro mais sustentável. Mas um consumidor consciente também sabe que as atitudes do seu dia a dia impactam sua própria vida, seu entorno, a sociedade, a economia e a vida no planeta, e, por isso, vai fazer escolhas de consumo que reduzam os impactos negativos e aumentem os positivos.

Os materiais plásticos estão em nosso cotidiano e sem eles, certamente, não teríamos uma série de avanços e melhorias na qualidade de vida que temos. Para que a vida no planeta seja possível no futuro, é preciso sempre buscar novas formas de produzir, consumir e administrar os impactos de nosso consumo.

Manter o plástico como aliado é uma questão de ciência e de consumo consciente. Ciência porque as pesquisas são importantes e quanto mais caminhos forem encontrados para que a produção desse material cause menor impacto negativo ao meio ambiente, melhor! E consumo consciente porque a melhor das tecnologias não significará preservação sem a mudança do comportamento de consumo do homem. A mochila que você usa na escola, hoje mais versátil que tempos atrás, pode ser ainda mais bacana no futuro, feita de um plástico mais resistente, para durar mais. Mas é importante lembrar que você só deve trocar a sua mochila por uma nova quando a sua já não puder mais ser usada e não a cada novo lançamento no mercado!

A bola e todos os seus outros brinquedos também podem ser bem cuidados para durar mais. E quando estiverem gastos e sem condições de uso, você pode encaminhar para reciclagem. E se você não estiver mais brincando com eles, doe para alguém que esteja querendo brincar.

O importante é refletir o que, desde já, você pode fazer para contribuir para a melhoria da vida no planeta. Com certeza você pode! Não é só uma questão de futuro, mas de presente. Pense, pesquise, converse com mais pessoas a respeito, reflita e pratique!

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