Por Instituto Akatu
No dia 21 de setembro o Brasil comemora o Dia da Árvore, data que se torna cada vez mais importante em um país que vem batendo recordes de desmatamento. Aproveite o dia para falar com os mais jovens sobre a importância da preservação do meio ambiente, apoiar iniciativas de reflorestamento e, também, refletir sobre seus hábitos de consumo. Afinal, escolher melhor e usar de forma sustentável e consciente produtos que vêm da floresta é contribuir ativamente para um planeta mais verde.
O Brasil teve uma perda líquida de florestas que supera os 71 milhões de hectares nos últimos 30 anos, de acordo com o Map Biomas. Para se ter uma ideia, essa área gigantesca equivale a quase 100 milhões de campos de futebol e é maior que o território da França. Em 2020, o país deve manter o saldo negativo diante do avanço do desmatamento e com tantas queimadas devastando Amazônia, Cerrado e Pantanal.
Para mudar este cenário, precisamos de todos os atores da sociedade trabalhando juntos: governos, empresas, organizações da sociedade civil e população. Neste Dia da Árvore, queremos ajudá-lo a entender de que forma você, consumidor, pode fazer a sua parte. Pois simples mudanças de comportamento, como dar preferência a compra de produtos de madeira certificada ou evitar o consumo exagerado e o desperdício de papel podem fazer a diferença quando adotadas por um longo período de tempo ou por muitas pessoas.
Atividades ilegais de extração de madeira são prejudiciais para o meio ambiente e resultam em produtos provenientes de grilagem, degradação e trabalho escravo, sem nenhum respeito ao Código Ambiental. Daí a importância de se verificar a procedência de produtos como móveis, utensílios domésticos, enfeites e itens de papelaria, por exemplo. Privilegie produtos com o selo FSC (Forest Stewardship Council) ou com outras certificações que atestam um manejo florestal sustentável.
Conhecer a origem e a cadeia produtiva dos itens que consumimos faz parte da adoção de hábitos de consumo mais conscientes. Verifique sempre a procedência de alimentos (mandioca, nozes, palmito), produtos que têm madeira como matéria-prima (papel, móveis, palitos, cabos de vassoura) e óleos essenciais (cosméticos, fármacos e produtos de limpeza). A lista de derivados da floresta é ainda maior quando incluímos produtos feitos de látex e borracha, e uma infinidade de objetos que levam sementes, frutos, cipós e fibras.
Utilizar todos esses produtos de maneira sustentável, sem excessos ou desperdícios, também é uma maneira de contribuir para a preservação das florestas. Adquira só o necessário e evite a compra supérflua de derivados de madeira, faça um uso consciente dos produtos para aproveitá-los ao longo de toda sua vida útil e, sempre que possível, destine corretamente o produto no fim de sua vida ou seus resíduos.
Optar por faturas digitais, por exemplo, é uma atitude simples que evita o uso desnecessário de papel. Utilizar todas as folhas do caderno e só imprimir aquilo que for extremamente necessário são outros hábitos que podem caber no seu dia a dia. Pois mesmo que a maior parte da produção de papel venha de florestas plantadas e não nativas, economizá-lo é poupar a produção de novos itens, processo que demanda matérias-primas, água e energia, além de emitir gases de efeito estufa.
Não consumir ou diminuir o consumo de carne bovina também contribui para a preservação das florestas: o desmatamento para a abertura de novas terras para a pecuária é uma das principais ameaças aos biomas brasileiros. Outra atitude importante é exigir do poder público e das empresas atitudes e ações de preservação do meio ambiente e de nossas florestas. Se possível, apoie ONGs comprometidas com causas ambientais e use a sua voz (ou as suas redes sociais) para mobilizar o máximo possível de pessoas contra o desmatamento. Assim, podemos construir juntos um país com mais motivos para comemorar o Dia da Árvore.
Preserve as árvores a partir do seu consumo:
Compre produtos de madeira certificada. Questione a origem dos produtos feitos de madeira, como móveis e papel. Verifique se a sua fonte é legal e sustentável, e opte pela compra de itens produzidos com madeira certificada.
Reduza o consumo de carne bovina e prefira produtos certificados. Ao reduzir o consumo de carne, os impactos associados à sua produção também são reduzidos, como o desmatamento. Uma alternativa é substituir a carne bovina por frango, peixe ou proteína vegetal, sempre dando preferência a produtos certificados de origem sustentável.
Reduza o consumo de papel. O papel pode ser limitado ao estritamente necessário. Ainda que a maior parte da produção de papel venha de florestas plantadas e não nativas, economizar papel é evitar o gasto de água, energia e emissão de gases de efeito estufa em seu processo produtivo.
Apoie programas de conservação de florestas. Faça doações para instituições de confiança que direcionam seus esforços para preservar florestas. Se não for possível contribuir financeiramente, defenda a causa por meio de petições, participações de espaços de discussão e apoio a políticos que defendam a preservação das florestas.
Informe-se. Busque informações de fontes confiáveis, compartilhe com amigos e familiares e questione medidas que impulsionam o desmatamento.
Use sua voz. Participe de mobilizações contra o desmatamento e cobre ações do governo e das empresas para reverter esse cenário.
Reflita. As árvores fazem parte do processo produtivo de uma infinidade de produtos. Pense sobre a real necessidade do consumo desses produtos e sobre a melhor forma de fazê-lo.
Pode contribuir com ONGs que promovem o reflorestamento? Conheça essas iniciativas:
Amigos da Floresta: Promove a sustentabilidade com projetos de recuperação e manejo do meio ambiente. Atua no bioma do Cerrado, no entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Flora Tietê: Reúne consumidores de matéria prima florestal, ambientalistas e profissionais com foco na recuperação florestal paulista. Já plantou mais de 31 milhões de mudas.
Iniciativa Verde: Presente em 44 municípios brasileiros, contribui para a preservação da biodiversidade e qualidade da água e do ar, com projetos de recomposição florestal.
Nordesta: Tem o objetivo de preservar florestas tropicais e melhorar as condições de vida de populações rurais, com mais de 50 projetos de educação e de reflorestamento pelo país.
Onda Verde: Atua na conservação da Mata Atlântica, estimulando ações para o desenvolvimento sustentável. Já plantou mais de 2 milhões de mudas no Rio de Janeiro.