Desigualdade climática é a maneira desigual em que as mudanças climáticas afetam diferentes populações. Esse é um dos termos que permeiam os debates sobre mudança do clima e o seu entendimento é importante para podermos conhecer melhor a nossa realidade e a do próximo. Nesse caso, isso é fato: todos nós sentimos os impactos das mudanças climáticas, mas não de forma igual, já que 3 bilhões de pessoas (mais da metade do mundo) estão mais vulneráveis aos impactos.
Os efeitos do aquecimento global afetam gravemente a população indígena, já que, por exemplo, no caso da Amazônia brasileira, os povos indígenas e a população mais tradicional estão no cerne da questão dos impactos que geram vulnerabilidade à exposição, como a mudança do uso da terra, atividades ilegais de desmatamento, de mineração, conflitos fundiários que acontecem dentro do seu território e mais os impactos das mudanças climáticas.
Outro exemplo, é o município de São Luís (MA), em que os dados do IBGE mostram que 24,30% das pessoas vivem em ambientes vulneráveis e estão concentradas em pelo menos 51 unidades habitacionais que carecem de serviços públicos essenciais. Essas condições habitacionais de exclusão social, ambiental e econômica expõem as populações aos efeitos das mudanças climáticas, como o aumento das inundações de rios e lagos urbanos.
Cabe destacar que a cobertura geral de acesso à rede de esgoto na região metropolitana de São Luís é baixa, sendo as mulheres e homens indígenas, pretos e pardos os grupos sociais com menor proporção de acesso a esse serviço. Os mesmos gradientes étnico-raciais e de gênero foram observados na coleta de lixo, sendo que as mulheres indígenas tiveram o menor acesso a serviços de coleta de lixo apropriados.
Com essas diferenças apresentadas e a transversalidade do tema, é importante destacar os impactos específicos das mudanças climáticas sobre grupos vulneráveis, visto que os efeitos expõem as populações de baixa renda a impactos adversos à saúde, insegurança alimentar, perda de renda, etc.
Como reverter essa situação?
As medidas governamentais para evitar, reduzir ou mitigar esses impactos são fundamentais para proteger as populações, assim como outros mecanismos de proteção social para ajudar as pessoas a migrar e aprender novas habilidades quando prejudicadas por eventos climáticos extremos. Portanto, o planejamento preventivo é fundamental para diminuir as lacunas de desigualdade causadas ou agravadas pelas mudanças climáticas.
É preciso relembrar também que um dos principais agravantes da crise climática são as emissões de gases de efeito estufa (GEE), como o dióxido de carbono. As árvores sequestram o carbono da atmosfera, daí a necessidade de mantermos a floresta em pé.
Para além disso, a colaboração de cada indivíduo por meio da mudança de hábitos faz a diferença. Veja alguns exemplos:
— Substitua a carne bovina por outras fontes de proteínas: A pecuária global é responsável por 14,5% das emissões de gases de efeito estufa do mundo. Você pode substituir por frango e peixe, ou feijão, soja e lentilha.
— Retire os aparelhos da tomada depois do uso ou conecte-os à uma régua para acioná-los somente quando necessário: O setor de energia, que inclui a geração de eletricidade, bem como a produção e o consumo de combustíveis fósseis, representa a terceira maior fonte de emissões de gases de efeito estufa do Brasil.
— Reaproveite a água da chuva para lavar áreas externas e recolha a água que sai da máquina de lavar para utilizá-la em outras tarefas, como lavar áreas externas e dar descarga: Quando utilizados filtros, máquinas de lavar, irrigadores ou até quando águas residuais são enviadas para tratamento, a energia requerida se multiplica.
Referências
Impacto da crise climática é agravado por desigualdade social, étnica e de gênero. Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2021/05/28/impacto-da-crise-climatica-e-agravado-por-desigualdade-social-etnica-e-de-genero/.
Crise climática: o que fazer para combatê-la. Disponível em: https://akatu.org.br/crise-climatica-o-que-fazer-para-combate-la/.
Mudanças climáticas e vulnerabilidade social. Disponível em: https://blog.waycarbon.com/2022/01/desenvolvimento-sustentavel-e-inclusao-social/.
19/05/2022