Durante as décadas de 1960 e 1980, com a defesa de práticas agrícolas sustentáveis, o termo agroecologia passou a ser usado para se referir à agricultura que abarcava dimensões sociais, culturais, éticas e ambientais.
A agroecologia é uma forma de conhecimento que visa superar os impactos negativos causados à biodiversidade e à sociedade como um todo pelo uso de monoculturas, transgênicos, fertilizantes e defensivos industriais, e por isso é reconhecida como ferramenta para o desenvolvimento sustentável. A gestão alinhada ao conceito de agroecologia pressupõe a prática da agricultura orgânica e o uso de tecnologias limpas, resultando em menos externalidades ambientais negativas.
A proposta de agroecologia é uma revisão em larga escala dos métodos tradicionais de manejo da terra. Enquanto a agricultura industrial pode limitar a diversidade de variedades de alimentos disponíveis, a produção agroecológica depende de sistemas que se beneficiam de uma combinação de biodiversidade, manejo de alimentos e cultivo florestal. Esse respeito à biodiversidade tem impactos sociais, econômicos e ambientais positivos.
É através desta prática que aumenta a disponibilidade de nutrientes no solo, tornando os alimentos mais nutritivos; além de auxiliar na manutenção dos ciclos biológicos, também permite cultivar diferentes espécies vegetais.
A agroecologia ainda potencializa a segurança alimentar, pois enquanto algumas variedades de alimentos estão em risco, outras podem permanecer resistentes e sobreviver. Outro benefício é a valorização dos alimentos originários de cada região, o que permite que a competitividade econômica dos países em questão vá além da exportação de commodities como soja, milho e algodão.
Por meio da agroecologia, as pessoas aprendem a ter maior respeito pelos processos naturais dos ecossistemas, solo, água e espécies vegetais e animais, além de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, cuja queima é um dos principais fatores de emissão de gases de efeito estufa.
A agroecologia orienta a adoção de práticas e tecnologias que minimizam os impactos ambientais negativos, ajudam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, entre outros benefícios. Os princípios da agroecologia orientam as interações entre os sistemas vivos e sociais, incluindo uma série de estratégias para mitigar os impactos ambientais e atender adequadamente às necessidades humanas.
Temos que estar atentos porque a natureza nos diz que os sistemas naturais de biodiversidade, com uma grande variedade de flora e fauna, podem logicamente alcançar um equilíbrio de ecossistemas. Assim, projetamos e implementamos agroecossistemas auto suficientes com alta capacidade de prestação de serviços ambientais, incluindo o sequestro de carbono na biomassa vegetal e nos solos, evitando emissões de gases como dióxido de carbono e metano, utilizando este sistema natural de referência.
Por isso, além de produzir alimentos de alta qualidade para comercialização e geração de renda, os sistemas agrícolas protegem, preservam a biodiversidade, apoiam os processos naturais para garantir a segurança alimentar e a soberania das famílias agricultoras.
A nutrição humana também melhora devido ao aumento da variedade e qualidade dos alimentos. E, por fim, vale lembrar que ao comprar alimentos agroecológicos, você fortalece agricultores e agricultoras familiares.
Referências
05 coisas que você precisa saber sobre agroecologia. Disponível em: https://www.greenpeace.org/brasil/blog/5-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-agroecologia/
Retrospectiva 2021: Agroecologia, saúde, solução e justiça alimentar. Disponível em: https://www.greenpeace.org/brasil/blog/retrospectiva-2021-agroecologia-e-saude-solucao-e-justica-alimentar/.
21/06/2022