Resposta:
O professor Gilberto, nos presenteou com um pequeno vídeo, que nos faz, perguntar:
“De onde vem todos as coisas, que consumimos? Como celular, computador, roupa, televisão etc.? E pra onde vai tudo isso quando a gente se desfaz deles?
O vídeo que segue, nós faz pensar nisso, e nos provoca encontrar soluções, e quais seriam essas soluções para o dilema acima levantado?
Abaixo segue o video para que possas assistir, ou, se deseja baixa-lo, é só CLICAR AQUI.
Se você desejar segue abaixo o texto que é falado no vídeo para melhor compreensão do mesmo, é um tanto longo então para vê-lo por completo clica na palavra Mais informações ».
Vocês têm um destes? (desconectando-se de um ipod)
Sou louca pelo meu, na verdade adoro todas as minhas coisas.
Já se perguntou de onde vem todas as coisas que compramos
e para onde vão quando nos desfazemos delas?
Não conseguia deixar de pensar nisso,
por isso quis saber mais sobre o assunto.
E os livros diziam que as coisas se deslocam ao longo de um sistema:
Da Extração para a Produção, para a Distribuição,
para o Consumo, e para o Tratamento de Lixo.
Isso tudo se chama ‘A Economia de Materiais’.
Bem, estudei um pouco mais.
Eu passei dez anos viajando pelo mundo atrás de pistas
de onde vêm as nossas coisas e para onde vão.
E sabe o que descobri?
Esta não é toda a história.
Falta muita coisa nesta explicação.
Em primeiro lugar, neste sistema parece que tudo está bem.
Sem problemas!
Mas, na verdade é um sistema em crise.
porque tratar-se de um sistema linear e nós vivermos num planeta finito,
e não se pode gerir um sistema linear num planeta finito, indefinidamente.
Em todas as suas etapas, este sistema interage com o mundo real.
A vida real não acontece numa página em branco,
interage com sociedades, culturas, economias, o ambiente,
e durante as etapas a vida vai se chocando contra os seus limites.
Limites que aqui não vemos porque o diagrama está incompleto.
Então, voltemos atrás pra preencher alguns espaços e ver o que falta.
Um das coisas mais importantes em falta são as pessoas.
Sim, pessoas!
As pessoas vivem e trabalham em todas as etapas deste sistema.
Onde algumas pessoas são um pouco mais importantes que outras,
algumas têm maior poder de decisão.
Quem são elas?
Comecemos pelo governo.
Meus amigos dizem que devia usar um tanque para simbolizar o governo
e isso é uma realidade em muitos países, e cada vez mais também no nosso,
afinal, mais de 50% dos nossos impostos vão para os militares.
Mas vou usar uma pessoa para simbolizar o governo,
porque acredito nos valores e na visão
de que o governo deve ser das pessoas, pelas pessoas, para as pessoas.
A função do governo é olhar por nós, cuidar de nós.
É esse o seu trabalho!
Depois vêm as corporações.
O que leva as corporações parecerem maiores que o governo
é porque elas são maiores que o governo.
Atualmente, entre as 100 maiores economias na Terra, 51 são corporações.
À medida que as corporações foram crescendo em tamanho e poder
assistimos a uma pequena mudança no governo,
como se estivessem mais preocupados com o bem estar deles do que com o nosso.
Muito bem.
Então vejamos o que mais falta nesta imagem.
Começaremos pela Extração,
que é uma palavra pomposa para ‘exploração de recursos naturais’,
que, por sua vez, é uma palavra pomposa para ‘destruir o planeta’.
A verdade é que cortamos as árvores,
arrebentamos as montanhas para extrair os metais,
consumimos toda a água e exterminamos os animais.
Aqui enfrentamos o nosso primeiro limite.
Estamos ficando sem recursos naturais.
Estamos utilizando demasiados materiais.
Sei que isto pode ser difícil de ouvir, mas é a verdade,
por isso temos de lidar com isso.
Durante apenas as três últimas décadas,
foram consumidos 33% dos recursos naturais do planeta.
Desapareceram!
Cortamos, minamos, perfuramos e destruímos o planeta tão depressa
que estamos debilitando a capacidade do planeta
para sustentar o nosso modo de vida.
Aonde eu vivo, nos Estados Unidos,
resta-nos menos de 4% da nossa floresta original.
40% dos cursos de água estão impróprios para consumo.
E o nosso problema não é apenas estarmos utilizando demasiados recursos,
mas o fato de estarmos utilizando mais do que a nossa parte.
Temos 5% da população mundial, mas usamos 30% dos recursos mundiais
Se todos consumissem ao ritmo dos Estados Unidos,
precisaríamos de três a cinco planetas.
E sabe uma coisa? Só temos um!
Então, a resposta do meu país a esta limitação é simplesmente ir tomar dos outros,
Este é o terceiro mundo!
Que alguém dirá tratar-se apenas de uma expressão para designar
o local para onde foram as nossas matérias primas
E o que é que acontece? A mesma coisa! Destruição do local!
75% das zonas de pesca do planeta
estão sendo exploradas ao máximo ou além da sua capacidade.
Desapareceram 80% das florestas originais do planeta.
Só na Amazônia, perdemos 2.000 árvores por minuto.
O equivalente a um campo de futebol por minuto!
Então, e as pessoas que aqui vivem?
(apontando para o mapa do terceiro mundo)
Bem, de acordo com estes sujeitos,
(apontando para as grandes corporações)
eles não são donos destes recursos ,mesmo que vivam lá há gerações.
Não são donos dos meios de produção e não compram muitas coisas.
Neste sistema, quem não possuí nem compra muitas coisas não têm valor.
A seguir, as matérias primas seguem para a Produção,
aonde utilizamos energia para misturar químicos tóxicos com recursos naturais
para produzir produtos contaminados com tóxicos.
Há atualmente no comércio, mais de 100.000 químicos sintéticos,
apenas um punhado foi testado para avaliar o seu impacto na saúde,
e nenhum foi testado em relação aos impactos sinérgicos na saúde, ou seja,
à interação com todos os outros químicos aos quais estamos expostos diariamente.
Por isso, desconhecemos o impacto total deles na saúde e no ambiente.
Mas sabemos uma coisa: os tóxicos entram e saem.
Enquanto continuarmos a introduzí-los nos nossos sistemas de produção industrial,
continuaremos a inserir estes tóxicos nos produtos
que levamos para nossas casas, trabalho e escolas, e claro para nossos corpos.
Como os BFRs, ou retardantes de incêndio à base de brometo.
que tornam as coisas mais resistentes ao fogo, mas são super tóxicos.
São neurotóxicos, ou seja, tóxicos para o cérebro.
O que é que estamos fazendo usando estes químicos?
Apesar disso, os usamos em nossos computadores, eletrodomésticos, sofás,
colchões e até alguns travesseiros.
Sim, pegamos nossos travesseiros, os revestimos com neurotoxinas,
os levamos para casa e dormimos por 8 horas com eles!?!
Não sei… mas acho que num país com tanto potencial,
poderíamos ter uma maneira melhor de evitar que as cabeças peguem fogo a noite.
Sabia que essas toxinas se vão acumulando ao longo da cadeia alimentar
e se concentram nos nossos corpos?
Sabe qual é o alimento do topo da cadeia alimentar com nível mais elevado
de químicos tóxicos? O leite materno.
Isto significa que os menores membros das nossas sociedades,
os nossos bebês, recebem as maiores doses de químicos tóxicos das suas vidas
a partir do leite das suas mães.
Não acha que é uma incrível violação?
A amamentação deveria ser o mais importante ato humano de nutrição.
Devia ser algo sagrado e seguro.
A amamentação continua a ser o melhor e as mães devem amamentar,
mas nós devíamos proteger esse ato!
Eles (indicando as corporações/governos) deviam protegê-lo.
Eu pensava que estavam zelando pelos nossos interesses!
As pessoas que mais sofrem com estes produtos químicos são
os trabalhadores das fábricas, muitos são mulheres em idade reprodutiva que
trabalham com toxinas que afetam a gestação, carcinogênicos e muito mais.
Agora eu pergunto:
que tipo de mulher, em idade reprodutiva, trabalharia num emprego deste,
exposta a estas toxinas, a não ser uma mulher sem outra alternativa?
Essa é uma das ‘maravilhas’deste sistema,
A erosão dos ecossistemas e economias locais, aqui,
(indicando o terceiro mundo)
garante um fluxo constante de pessoas sem alternativas.
No mundo, há 200.000 pessoas por dia se deslocando de ambientes
que as sustentaram ao longo de gerações, para cidades, aonde muitas vivem
em bairros de lata, à procura de emprego, por mais tóxico que seja.
Não só os recursos são desperdiçados ao longo deste sistema, mas também pessoas.
Comunidades inteiras que são desfeitas.
Sim, as toxinas entram e saem.
Muitas delas saem das fábricas em produtos,e muitas mais que saem
como subprodutos ou poluição, e estamos falando de muita poluição.
Nos Estados Unidos, as indústrias admitem liberar
mais de 1.800.000 kg de químicos tóxicos por ano.
Deve ser muito mais, porque isto é o que eles admitem.
Trata-se de outro limite, porque quem quer ver e respirar
1.800.000 kg de químicos tóxicos por ano?
Então o que eles fazem?
Mudam as fábricas poluidoras para o estrangeiro,
para poluir outros países.
Mas, surpresa!
Grande parte dessa poluição volta para nós trazida pelo vento.
E o que acontece depois de todos estes recursos naturais
serem transformados em produtos?
Passam por aqui, para a distribuição, o que significa
vender todo o lixo contaminado com toxinas o mais rapidamente possível.
Aqui, o objetivo é manter os preços baixos,
com as pessoas comprando os produtos em constante movimento.
Como eles mantêm os preços baixos?
Pagam salários baixos aos trabalhadores das lojas
e restringem o acesso aos seguros de saúde sempre que podem.
Tudo se resume em exteriorizar os custos.
O verdadeiro custo de produção não se reflete no preço.
Em outras palavras, não pagamos aquilo que compramos.
Outro dia estive pensando nisto.
Ia a caminho do trabalho e queria ouvir as notícias,
por isso entrei numa loja para comprar um rádio.
Encontrei um pequeno rádio verde e engraçado que custava $4.99 dólares.
Na fila do caixa pensei:
Como $4.99 podem refletir o custo da produção e transporte deste rádio
até ele chegar nas minhas mãos?
O metal deve ter sido extraído na África do Sul,
o petróleo, provavelmente do Iraque,
o plástico, produzido na China,
e, talvez, montado por uma criança de 15 anos numa fábrica do México.
$4.99 não paga nem o aluguel do espaço ocupado na prateleira
nem parte do salário do empregado que me atendeu
ou as viagens de navio e caminhão que o rádio fez.
Foi assim que eu me apercebi que eu não paguei o valor do rádio.
Então, quem pagou?
Estas pessoas (indicando o terceiro mundo) pagaram com a
perda do espaço dos seus recursos naturais.
Estas,(indicando a fábrica) pagaram com a perda do ar puro,
com o aumento de doenças como asma e câncer.
As crianças do Congo pagaram com o seu futuro, pois 30% delas
abandonam a escola para trabalhar nas minas de coltan,
um metal que usamos em aparelhos eletrônicos baratos e descartáveis.
Estas pessoas pagaram por não tere direito ao seguro de saúde.
Ao longo deste sistema,
pessoas contribuíram para que eu comprasse o rádio por $4.99.
Mas essas contribuições não são registradas por nenhum contabilista.
É isto que eu quero dizer com ‘exteriorizar o verdadeiro custo de produção’.
E isso leva-nos até à seta dourada do Consumo.
o coração do sistema, o motor que o impulsiona.
É tão importante que proteger esta seta,
quese tornou prioridade daqueles dois sujeitos. (o governo e as corporações)
É por isso que após o 11 de Setembro, quando o nosso país estava em choque
e o presidente Bush poderia ter sugerido fazer luto, rezar, ter esperança…
Mas não… ele disse para fazermos compras! Compras!
Nos tornamos numa nação de consumidores.
Nossa principal identidade passou a ser de consumidores.
Não mães, professores, agricultores, mas consumidores!
Nosso valor é medido e demonstrado pelo quanto contribuímos para esta seta.
Quanto consumimos… não é isso que fazemos?
Compramos, compramos, compramos…
Manter os produtos circulando… e como circulam…
Sabe qual é a percentagem do total dos produtos que circulam através deste
sistema que ainda são usados 6 meses depois da venda na América do Norte?
50%? 20%? Não… Um por cento! Um!
Em outras palavras,
99% das coisas que nós cultivamos, processamos, transformamos,
99% das coisas que percorrem o sistema são lixo em menos de 6 meses.
Como é que podemos gerir um planeta com este nível de rendimento?
Mas não foi sempre assim.
Hoje, o consumidor médio americano consome o dobro de há 50 anos.
Perguntem à vossa avó.
No tempo dela a boa gestão, a engenhosidade e a poupança eram valorizados.
Então, como é que isto aconteceu?
Bem, não aconteceu simplesmente.Foi planejado.
Pouco depois da Segunda Guerra Mundial,
estes sujeitos (as corporações) estudavam a forma de impulsionar a economia.
O analista de vendas, Victor Leboux,
articulou a solução que se tornaria a norma de todo o sistema.
Ele disse:
“A nossa enorme economia produtiva”
“exige que façamos do consumo a nossa forma de vida,”
“que tornemos a compra e uso de bens em rituais,”
“que procuremos a nossa satisfação espiritual”
“a satisfação do nosso ego, no consumo…”
“Precisamos que as coisas sejam consumidas,”
“destruídas, substituídas e descartadas a um ritmo cada vez maior.”
O conselheiro econômico do presidente Eisenhower disse:
“O principal objetivo da economia americana”
“é produzir mais bens de consumo.”
Mais bens de consumo? O nosso principal objetivo?
Não é providenciar cuidados médicos,ou educação, ou transportes seguros,
ou sustentabilidade ou justiça?
Bens de consumo?!
Como é que eles nos fizeram adotar este sistema de forma tão entusiástica?
Bem, duas das suas estratégias mais bem sucedidas são:
a obsolescência planejada e obsolescência perceptiva.
Obsolescência planejada é uma outra forma de dizer
“criado para ir para o lixo”.
Eles fazem as coisas de modo que sejam inúteis tão rápido quanto possível
para as jogarmos fora e voltarmos a comprar.
Isso é óbvio em sacolas ou copos de plástico, mas agora verifica-se isso
em coisas maiores como esfregões, DVDs, máquinas fotográficas,
churrasqueiras, quase tudo! Até computadores!
Já reparou que quando compra um computador,
a tecnologia muda tão rapidamente que em pouco anos se torna
quase um impedimento para a comunicação?
Fiquei curiosa e abri um destes computadores para ver o que tinha dentro.
E descobri que a peça que se muda a cada ano é apenas uma pecinha no canto.
Mas não se pode mudar apenas essa peça,
porque cada nova versão tem um formato diferente,
tem de jogar tudo fora e comprar um novo.
Estive lendo sobre o design industrial da década de 1950,
quando a obsolescência planejada começou a aparecer.
Esses designers eram muito claros sobre o assunto.
Chegavam a debater quão rápido conseguiam que um aparelho avariasse,
mas de modo a que o consumidor mantivesse fé suficiente para ir comprar outro.
Foi tão intencional!
Mas as coisas não avariam suficientemente rápido para manter esta seta funcionando.
Por isso, existe também a obsolescência perceptiva.
A obsolescência perceptiva nos convence a jogar fora coisas
que ainda são perfeitamente úteis.
Como fazem isso?
Mudam a aparência das coisas.
Por isso, se comprou suas coisas há alguns anos,
todos percebem que vocês não têm contribuído para esta seta.
E como nosso valor depende da nossa contribuição para esta seta,
isso pode ser embaraçoso.
Por exemplo, se eu tiver o mesmo monitor de computador gordo e branco
na minha mesa por 5 anos,
e a minha colega tiver comprado um computador novo,
ela vai ter um monitor plano, brilhante que combina com o computador,
com o celular e até com as canetas.
Ela parece estar operando uma nave espacial,
e eu… pareço que tenho uma máquina de lavar na mesa.
A moda é outro bom exemplo…
Já se perguntou porque os saltos dos sapatos das mulheres
passam de largos para finos num ano, e no próximo de finos para largos?
Não é por haver um debate sobre qual deles é mais saudável
É porque usar saltos largos num ano de saltos finos
mostra que não contribuiu recentemente para a seta,
por isso não vale tanto quanto a pessoa com saltos finos ao seu lado,
ou em um anúncio.
É para comprarmos sapatos novos.
A publicidade e a mídia em geral têm um papel importante nisto.
Cada um de nós nos Estados Unidos,
é bombardeado com mais de 3.000 anúncios por dia.
Vemos mais publicidade num ano do que as pessoas de há 50 anos viam em toda a vida.
Qual é o objetivo de um anúncio se não nos fazer infelizes com o que temos?
Por isso, nos dizem 3.000 vezes por dia que o nosso cabelo está errado,
nossa pele, nossas roupas, nossos móveis, nossos carros, nós estamos errados…
mas tudo se resolve se formos às compras.
A mídia também ajuda a esconder tudo isto e tudo isto.
(indicando ambos os extremos do fluxo do consumo)
Por isso, a única parte da economia que vemos são as compras.
A extração, produção e envio para o lixo, acontecem fora do nosso campo de visão.
Por isso, nos Estados Unidos temos mais coisas do que tivemos antes,
mas pesquisas mostram nossa felicidade declinando.
Nossa felicidade teve o seu pico na década de 1950,
a mesma época em que a febre consumista explodiu.
ãham!! Coincidência interessante!
Acho que sei o porquê.
Temos mais coisas, porém menos tempo para o que realmente nos faz felizes:
amigos, família, tempo livre.
Estamos trabalhando mais do que nunca.
Alguns analistas dizem que não temos tão pouco tempo livre
desde a sociedade feudal.
E sabem quais são as duas atividades que mais fazemos no pouco tempo livre que temos?
Ver televisão e fazer compras!
Nós americanos, passamos 3 a 4 vezes mais tempo comprando do que os Europeus.
Assim, estamos nesta situação ridícula, vamos trabalhar talvez em dois empregos,
e quando chegamos em casa exaustos e sentamos no sofá novo para ver televisão,
e os anúncios dizem que não prestamos,
então vamos às compras para nos sentirmos melhor,
depois trabalhamos mais para pagar o que compramos,
e chegamos em casa mais cansados, vemos mais televisão,
que nos diz para fazermos compras outra vez,
e estamos neste ciclo de “trabalhar-ver-comprar”,
e podíamos simplesmente parar.
Então, no final, o que acontece a todas estas coisas que compramos?
Neste ritmo de consumo, não cabe tudo em casa,
apesar do tamanho médio das casas ter duplicado neste país desde os anos 70.
Vai tudo para o lixo.
E isso leva-nos ao Tratamento do lixo.
Esta é a parte da economia de materiais que conhecemos melhor,
porque nós temos que levar o lixo até à esquina.
Cada americano produz 2 kg de lixo por dia, o dobro do que fazíamos há 30 anos.
Todo este lixo, ou é despejado num aterro, que é um grande buraco no chão,
ou, ainda pior, primeiro é incinerado e depois despejado num aterro.
As duas formas poluem o ar, o solo, a água, sem esquecer que alteram o clima.
A incineração é realmente ruim.
Lembra daqueles tóxicos da fase da produção?
Bem, queimar o lixo libera esses tóxicos no ar.
Pior ainda, produz super-tóxicos novos, como a dioxina.
A dioxina é a substância mais tóxica feita pelo homem,
e os incineradores são a principal fonte de dioxinas.
Isso significa que podemos parar a principal fonte da mais tóxica substância
conhecida e feita pelo homem, simplesmente parando de queimar o lixo.
Podemos parar hoje!
Algumas empresas não querem criar aterros e incineradores aqui,
por isso também exportam os resíduos.
Então, e a reciclagem? A reciclagem ajuda?
Sim, a reciclagem ajuda.
A reciclagem reduz o lixo nesta extremidade,
(indicando o Tratamento do lixo)
e depois reduz a pressão para minerar e colher mais nesta extremidade.
(indicando a matéria prima)
Sim, sim, sim, todos devemos reciclar.
Mas reciclar não é suficiente.
Reciclar nunca será suficiente, por duas razões:
Primeiro, o lixo que vem de nossas casas é apenas a ponta do iceberg.
Para cada saco de lixo que deixamos na esquina, 70 sacos de lixo são
criados anteriormente só para fazer o lixo desse saco que deixamos na esquina.
Assim, mesmo que pudéssemos reciclar 100% do lixo das nossas casas,
não se chegaria ao coração do problema.
Além disso, grande parte do lixo não pode ser reciclado,
ou porque contém demasiados tóxicos,
ou porque é criado de início para não ser reciclável.
Como aquelas caixas de suco
que têm camadas de metal, papel e plástico, todas coladas.
Não dá para separar essas camadas para reciclá-las.
Como se vê, é um sistema em crise.
Por todo o percurso, estamos batendo em limites.
Do clima em mudança ao decréscimo da felicidade,
Simplesmente não está funcionando.
Mas a parte boa de um problema tão generalizado
é haver tantos pontos de intervenção.
Há pessoas trabalhando aqui (indicando o terceiro mundo),
salvando florestas, e aqui (indicando a indústria), na produção limpa.
Pessoas trabalhando em direitos do trabalho,em comércio justo,
em consumo consciente, no bloqueio de aterros e incineradoras.
E, muito importante, em recuperar o nosso governo,
para que seja realmente pelas pessoas e para as pessoas.
Todo este trabalho é criticamente importante, mas
as coisas vão realmente começar a se mover quando enxergarmos as ligações,
quando enxergarmos o panorama geral.
Quando as pessoas ao longo do sistema se unirem,
podemos reivindicar e transformar este sistema linear em algo novo,
um sistema que não desperdice recursos ou pessoas.
Porque aquilo de que precisamos nos livrar
é da antiga mentalidade de usar e jogar fora.
Há uma nova escola de pensamento neste assunto,
e é baseada em sustentabilidade e equidade.
Química verde, zero resíduos,
produção em ciclo fechado, energia renovável,
economias locais vivas.
Já está acontecendo.
Há quem diga que é irrealista, idealista, que não pode acontecer.
Mas eu digo que quem é irrealista
são os que querem continuar pelo velho caminho.
Isso é que é sonhar.
Lembrem-se que a velha forma não aconteceu por acaso.
Não é como a gravidade, com que temos que conviver.
As pessoas as criaram, e nós também somos pessoas,
por isso vamos criar algo novo.