Para entender o que é La Niña, é necessário explicar o fenômeno mais geral ao qual ele está inserido: o chamado evento ENOS ou El Niño-Oscilação Sul. O El Niño é um fenômeno climático caracterizado pelo aquecimento contínuo das águas superficiais do Oceano Pacífico, que ocorre, principalmente, nas regiões equatoriais. Em geral, ocorre em média a cada quatro anos, no mês de dezembro, perto do Natal, por isso, recebe o nome de "Niño Jesus" ("Menino Jesus").

O El Niño faz com que os chamados ventos alísios enfraqueçam (o deslocamento das massas de ar quente e úmido para áreas de baixa pressão nas regiões equatoriais do globo). Esses ventos sopram de leste a oeste, acumulando água quente na parte superior do Oceano Pacífico, perto da Austrália e da Indonésia. Assim, ao ocorrer este fenômeno, a camada de água superficial quente do Oceano Pacífico acaba se movendo ao longo do equador em direção à América do Sul. Ventos quentes favorecem a evaporação e, portanto, a formação de nuvens. No Brasil, isso geralmente significa mais chuvas na região Sul e menos chuvas no Norte e Nordeste.

La Niña é exatamente o oposto. Nesse fenômeno, os ventos alísios se fortalecem e as águas superficiais do Oceano Pacífico equatorial irão se resfriar. No Brasil, a região amazônica apresenta chuvas mais abundantes e aumento do fluxo dos rios e inundações. No Nordeste, também significa precipitação mais intensa. No Sul, as temperaturas estão subindo e as secas são mais comuns. No Sudeste e Centro-Oeste, os impactos são imprevisíveis.

O fenômeno El Niño seria o principal causador dos níveis recordes de gases na atmosfera. Segundo a agência da ONU, as secas em vários países, principalmente nas regiões tropicais, limitaram a capacidade da terra de absorver dióxido de carbono, que é o principal gás responsável pelo aquecimento global. Além disso, os incêndios causados justamente como consequência do fenômeno do El Niño acabaram intensificando as emissões.

As mudanças climáticas são mudanças de longo prazo na temperatura e nos padrões climáticos globais. Podem ser naturais, quando decorrem de mudanças no ciclo solar. Entretanto, a constante queima de combustíveis fósseis emite grande quantidade de gases de efeito estufa, que agem como um grande cobertor ao redor do planeta, absorvendo o calor do sol e elevando as temperaturas. O dióxido de carbono e o metano são exemplos de gases de efeito estufa que estão agravando as mudanças climáticas.

Como ajudar a combater a Crise Climática?

– Planeje o cardápio semanal, liste seus ingredientes e compre somente o necessário para o preparo dos pratos: Antes do alimento ser desperdiçado este foi produzido, processado, armazenado e distribuído. Ou seja, apesar dele não ter sido consumido, sua cadeia produtiva emitiu altas quantidades de gases de efeito estufa – e o acúmulo exagerado deles é uma das causas da Crise Climática.

– Retire os aparelhos da tomada depois do uso ou conecte-os à uma régua para acioná-los somente quando necessário: O setor de energia, que inclui a geração de eletricidade, bem como a produção e o consumo de combustíveis fósseis, representa a terceira maior fonte de emissões de gases de efeito estufa do Brasil.

– Reaproveite a água da chuva para lavar áreas externas, economizando água: a partir do momento em que uma torneira é aberta, há consumo de água e energia. Quando utilizados filtros, máquinas de lavar, irrigadores ou até quando águas residuais são enviadas para tratamento, a energia requerida se multiplica.

Conhecendo mais sobre os efeitos El Nino e La Nina junto às mudanças climáticas, conta pra gente aqui nos comentários quais hábitos você já adota para ajudar a combater as mudanças climáticas!

Referências

Estudo da OMM revela recorde na emissão global de dióxido de carbono. Disponível em: https://akatu.org.br/estudo-da-omm-revela-recorde-na-emissao-global-de-dioxido-de-carbono/.

Crise climática: o que fazer para combatê-la?. Disponível em: https://akatu.org.br/crise-climatica-o-que-fazer-para-combate-la/#:~:text=Diminuir%20o%20consumo%20de%20energia,de%20efeito%20estufa%20do%20Brasil.

O fenômeno La Niña está de volta: o que isso significa para o clima do Brasil e da região. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-58966796#:~:text=Quais%20s%C3%A3o%20seus%20efeitos%3F,ou%20nas%20ilhas%20do%20Pac%C3%ADfico

26/10/2022